CULTURAPainel de Frei Confaloni deve permanecer em Goiânia

Painel de Frei Confaloni deve permanecer em Goiânia


Parecer do Conselho Estadual de Cultura julgou que obra corria risco ao ser transferida para a cidade de Goiás

O Conselho Estadual de Cultura emitiu parecer favorável para a permanência do painel de Frei Confaloni intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto” em Goiânia. A obra, que estava no antigo prédio da Celg, no Setor Oeste, foi transferida para o Centro Cultural Oscar Niemeyer e deve continuar neste local para a realização de sua restauração.

Em abril deste ano, o governador Ronaldo Caiado chegou a anunciar a transferência da obra para a cidade de Goiás, atendendo um pedido do biógrafo do artista Frei Nazareno Confaloni e representante de sua família no Brasil, José Peixoto da Silveira Júnior (PX Silveira). A ideia era que a obra ficasse no Museu Histórico Dominicano Frei Nazareno Confaloni, situado nas dependências do Convento do Rosário. 

Contudo, os pareceres técnicos solicitados pela Secult se posicionaram a favor da manutenção do painel em Goiânia devido ao risco que a obra corre no deslocamento para a cidade de Goiás e a falta de infraestrutura adequada e necessária no espaço reservado para recebê-la. Segundo o documento, não é segura a transferência da peça, pois o painel já sofreu danos com a primeira intervenção de secionamento e transporte, e o trajeto específico e características da cidade podem comprometer ainda mais o estado do afresco. Além disso, a dimensão do bem em relação à área disponível não é adequada.

No parecer, proferido pela Câmara de Ciências Humanas, Memória e Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural  do Conselho Estadual de Cultura, é destacado que a obra permaneça em Goiânia para que não haja riscos de danos devido à sua remoção, manejo e transporte. “A permanência do painel em Goiânia é a atitude mais sensata e não temerária a se tomar e está de acordo com os estudos técnicos cujo fim último é a preservação integral do painel”, diz o documento.

Segundo decisão judicial de 23 de setembro deste ano, foi determinado que a tutela da peça para a preservação e manutenção é do Estado de Goiás, que optou por deixar o painel no Centro Cultural Oscar Niemeyer. “Nossa prioridade é restaurar essa obra tão importante para o nosso Estado e, por isso, vamos prosseguir com a restauração no Centro Cultural Oscar Niemeyer, que é o local mais seguro e adequado para esse trabalho aqui na capital. Frei Confaloni é um ícone da nossa cultura e que também merece ter obras dessa envergadura aqui em Goiânia, local onde viveu por mais de duas décadas e foi bastante influente”, explica Yara Nunes, secretária de Estado da Cultura.

Monumento

O painel de Frei Confaloni intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto” retrata o período de modernização do Estado de Goiás num processo linear que culminou com o vislumbre de uma cidade grande, veloz e também acolhedora, se observarmos que o “usufruto” faz alusão ao conforto de uma família. A obra de arte, que ficava na entrada do prédio original da Celg, na Avenida Anhanguera, foi idealizada para ilustrar a da chegada de um plano de energia elétrica para o Estado de Goiás. Foi pintado em 1961, logo após a construção do edifício.

O afresco, contudo, foi vandalizado e coberto de tintas sintéticas e manta asfáltica. Com a privatização da Celg, o prédio foi vendido à iniciativa privada e era locado pelo Estado, servindo como sede para a antiga Seduce (Secretaria de Estado da Educação e Cultura) até 2018. Como o prédio já não mais pertence ao Estado, coube a Secult apenas os trâmites referentes ao tombamento, sendo que a conservação do imóvel é um dever dos proprietários.

Com o objetivo de restaurar a obra, o afresco foi removido do prédio da Celg em agosto de 2023 e levado até o Centro Cultural Oscar Niemeyer, local onde seria restaurado e, posteriormente, instalado para a apreciação do público. Mas, a pedido do biógrafo do artista Frei Nazareno Confaloni e representante de sua família no Brasil, José Peixoto da Silveira Júnior (PX Silveira), foi iniciado os trabalhos para a remoção do painel para a cidade de Goiás. Mas, devido a dificuldade técnica para fazer a transferência, foram solicitados pareceres para os núcleos de preservação da Secult e também para a empresa responsável, que constataram a inviabilidade da remoção da peça.



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