— Vi muito Misael na minha vida, sabe? Morei na periferia, como ele, com pessoas se ajudando. Me lembro da Dona Maria gritando lá no muro da minha casa “Ô, Seu Zé, traz um alicate aqui para arrumar a torneira”, “O chuveiro queimou”. Meu pai ia lá e fazia o serviço. Misael é o cara que faz tudo. É uma figura importante na comunidade. Quando perde a esposa, por causa dos remédios falsificados da Fundação Ferette, ele entra num senso de justiça, mas se entrega para a bebida, assim como meu pai, que morreu de cirrose hepática. Bebia muito. Já eu nunca bebi — afirma o ator de 51 anos.